Recentemente, o jornal croata Slobodna Dalmacija contou parte da minha história, marcada por oceanos, culturas e fronteiras superadas para fortalecer os laços entre o Brasil e a Croácia. Filho e neto de imigrantes de Korčula, fui um entusiasmado colaborador na criação da Embaixada da Croácia em Brasília nos anos 1990, organizei a torcida croata na Copa do Mundo de 1998 e até hoje sonho em voltar às raízes familiares na ilha adriática. Meu nome? Ivan Marinović. Minha história é um misto de saudade, um pouco de diplomacia e paixão pelo Croácia. Trata-se de um retrato único de um representante da diáspora croata aqui no Brasil.
Alguns episódios da minha relação com a Croácia foram publicados no jornal (versão impressa) no dia 8 de junho de 2019. A edição destaca, inicialmente, as dificuldades econômicas de Korčula nas primeiras décadas dos anos 1990 e os desafios enfrentados por meus avós, Marin Marinović Bršćan e Frana Milat Knez, como trabalhadores rurais em fazendas de café no estado de São Paulo, Brasil.
O artigo também aborda a primeira visita da minha família à antiga Iugoslávia, em 1988, quando participei das danças folclóricas organizadas pela então chamada SAIUG (Sociedade de Amigos da Iugoslávia – hoje SADA), uma entidade fundada por meu pai e meus avós. Durante meus estudos de jornalismo na França, visitei frequentemente Blato, em Korčula, onde parte da minha família ainda vive. Sempre carreguei o arrependimento de não ter aprendido plenamente o idioma croata com meus avós.
Na mesma publicação, relato minha trajetória profissional como jornalista especializado em assuntos internacionais e o papel que tive em 1992, quando membros do Ministério das Relações Exteriores da Croácia — recém-independente — vieram a Brasília estabelecer contatos para criar a embaixada do país no Brasil. Após me aproximar dessa delegação, viajei a Zagreb como repórter e conheci Luka Mestrović, primeiro embaixador croata no Brasil, e sua esposa, Jadranka, com quem desenvolvi uma amizade marcante. Entre outras contribuições voluntárias, ajudei a encontrar um imóvel para a residência do embaixador e o local onde a Embaixada da Croácia permanece até hoje (quem sabe essa história não rende um novo post).
O texto também destaca meu envolvimento na organização dos fãs croatas durante a Copa do Mundo de 1998, quando o país conquistou o terceiro lugar e chamou a atenção da imprensa escrita e televisiva brasileira, onde atuava como consultor de comunicação. Organizei a torcida croata na embaixada, evento que contou com a presença de três emissoras de TV e dezenas de jornalistas de importantes veículos do Brasil.
Essa iniciativa foi crucial para projetar a Croácia no cenário brasileiro e global, já que, até então, quase ninguém no Brasil conhecia o país. O artigo finaliza com meu desejo de me aposentar em Blato, em Korčula, e navegar pelas águas cristalinas da Croácia. E, claro, menciona meu fiel companheiro: um cachorro chamado Šljivovica — sim, inspirado na famosa bebida croata!



Versão em inglês
Some episodes of my relationship with Croatia can be read in the edition of the newspaper Slobodna Dalmacja of Saturday 8.6.2019 which reports, firstly, the economic difficulties of Korčula in the early 90s and the immense difficulties of my grandparents, Marin Marinović Bršćan and Frana Milat Knez as an agricultural worker on coffee farms in the state of São Paulo, Brazil.
The article also reports on my family’s first visit to the former Yugoslavia in 1988, as a participant in Yugoslav folklore dances, organized by SAIUG (Society Friends of Yugoslavia), an organization also founded by my father and my grandparents. When studying journalism in France, I often visited Blato, in Korčula, where my family lives. I have always lived with the regret of not having fully learned the Croatian language from my grandparents.
In these pages of the newspaper, I also report my professional life as a journalist specializing in international issues and the visit of members of the Ministry of Foreign Affairs of Croatia, a new country in the 90s, who came to Brasília, capital of Brazil, to establish contact to create the Croatian embassy. After contacting this delegation, I went to Zagreb as a journalist and met Croatia’s first ambassador to Brasil Brasil, Luka Mestrović and his wife, Yadranka, with whom I had the honor of being friends. In addition to many other tasks carried out voluntarily, I helped them in the search for a family residence and the location of the Croatian Embassy, which remains in the same location to this day.
The article also reports on my commitment to organizing Croatian fans at the 1988 football World Cup, where Croatia came in third place and attracted written and television press from across the country in which I worked as a communications advisor, my specialty. I organized the Croatian crowd at the Croatian Embassy where three TV stations and dozens of journalists representing several Brazilian newspapers attended.This was very important because the new autonomous country Croatia, unknown to almost all Brazilians, gained notoriety in Brazil and in the world
The article reports that I intend to live in Blato when I retire and dream of sailing throughout Croatia. At the end of this article reports my dog called Šljivovica