A seleção croata foi eliminada nas quartas de final da Liga das Nações da UEFA após uma disputa emocionante contra a França, decidida apenas nos pênaltis. Após dois jogos intensos, marcados por estratégias defensivas e momentos decisivos, o nosso Vatreni deu adeus ao torneio de forma frustrante, deixando claro tanto sua resiliência quanto suas limitações.
No jogo de ida, realizado no dia 20 de março de 2025 no Estádio do Hajduk Split Polud Stadion, a Croácia entrou em campo com uma postura cautelosa, mas eficiente. Jogando em casa, a equipe soube aproveitar os contra-ataques rápidos liderados por Mario Budimir e Ivan Perišić. O primeiro tempo foi decisivo: Budimir abriu o placar aos 26 minutos, e Perišić ampliou aos 45+1’, garantindo uma vantagem importante para o confronto de volta. Com o resultado positivo, a Croácia poderia avançar mesmo com uma derrota por um gol de diferença no segundo jogo. No entanto, a falta de criatividade ofensiva e a baixa posse de bola já sinalizavam as dificuldades que viriam pela frente.
O jogo de volta, disputado três dias depois, em território francês (Stade de France), confirmou os temores dos torcedores croatas. A França dominou amplamente as ações, impondo uma pressão constante sobre a defesa adversária. Apesar da organização defensiva liderada pelo goleiro Dominik Livaković e pela linha de três zagueiros (Joško Gvardiol, Josip Šutalo e Duje Caleta-Car), a Croácia sucumbiu aos gols de Michael Olise, aos 52 minutos, e Ousmane Dembélé, aos 80’. Com o empate agregado de 2 a 2, a decisão foi para os pênaltis. Foi ali que as fragilidades croatas ficaram ainda mais evidentes: Maignan, goleiro francês, defendeu duas cobranças (Baturina e Stanišić), enquanto a França converteu cinco tentativas, selando a vitória por 5 a 4.
A partida de volta expôs claramente as limitações da Croácia. Com apenas cinco finalizações contra 28 da França, a equipe mostrou pouca capacidade de reação ofensiva. A dependência de contra-ataques isolados não foi suficiente para furar a compactação defensiva francesa. Além disso, a ausência de Luka Modrić aos 37 minutos do segundo tempo pesou na construção de jogadas e na transição entre defesa e ataque.
A bronca de Modrić
Aos 41 minutos do segundo tempo do jogo de ida (20/03/2025), Kylian Mbappé tentou simular um pênalti após uma disputa de bola na área croata. O atacante francês adiantou a bola e caiu após contato com Luka Modrić, que imediatamente repreendeu o colega de Real Madrid por suposta tentativa de “cavar” a infração.
Resumo do desempenho na Liga das Nações
Ao longo da competição, a Croácia demonstrou resiliência defensiva, especialmente graças a jogadores como Joško Gvardiol e Josip Šutalo, que se destacaram pela solidez na retaguarda. No entanto, o time enfrentou dificuldades consistentes na criação de chances ofensivas. Contra adversários mais fortes, como Portugal e França, a média de posse de bola ficou abaixo dos 45%, refletindo uma estratégia predominantemente defensiva.
Individualmente, Luka Modrić seguiu sendo o motor da equipe, participando de todos os jogos e contribuindo com um gol decisivo. Outros destaques foram o goleiro Dominik Livaković, crucial em várias partidas, e jovens talentos como Martin Baturina e Petar Sucic, que marcaram dois gols cada na fase de grupos. Taticamente, a Croácia alternou entre formações como 3-5-2, 3-4-3 e 5-4-1, adaptando-se conforme o adversário. Essa flexibilidade funcionou bem contra equipes menores, mas mostrou-se insuficiente contra seleções de maior envergadura.
No geral, a campanha da Croácia na Liga das Nações foi marcada por momentos de eficiência e resiliência, mas também por limitações estruturais. A eliminação para a França evidenciou a necessidade de evoluir taticamente e de encontrar um equilíbrio mais consistente entre defesa e ataque. Para os croatas, o torneio serviu como um lembrete de que, apesar da experiência e da qualidade individual, há muito trabalho a ser feito para competir em alto nível contra as melhores seleções do mundo.
